sábado, 24 de setembro de 2011

Prefeitura estuda revogar decreto que desapropria famílias no Aeroporto

PMT não vê motivos em retirar famílias para ampliação do Aeroporto


A Prefeitura de Teresina está estudando a possibilidade de revogar o decreto determinando a desapropriação de 1.126 famílias para a ampliação do Aeroporto Senador Petrônio Portela, na zona norte da cidade. O secretário de Governo Paulo César Vilarinho afirmou que até o momento a Infraero não apresentou o projeto de ampliação, que justificaria a desapropriação.

Em reunião realizada no final da tarde de quinta-feira (22), no Palácio da Cidade, com a participação dos vereadores R. Silva (PP) e Teresa Britto (PV) e de moradores do bairro Aeroporto, o secretário de Governo Paulo César Vilarinho teria dito que a decisão já estaria tomada e que o Decreto Municipal nº 10.440, assinado pelo prefeito Elmano Férrer em 8 de junho de 2010, seria revogado.

"O motivo principal é que até agora, a Infraero não apresentou nenhum projeto da ampliação do Aeroporto que justifique a desapropriação das famílias. Soubemos que a estatal queria a saída das famílias para diminuir os riscos em caso de acidente. Mas isso não se aplica, porque, no aeroporto de Congonhas (em São Paulo), as casas e edifícios ficam ao lado", explicou a vereadora Teresa Britto (PV).

A parlamentar do PV disse ainda que, como a ampliação será apenas da casa de passageiros, a desapropriação fica ainda mais desnecessária. "A pista de pouso e decolagem não será ampliada, até porque ela é, inclusive, maior que a de Congonhas. A nossa (Teresina) tem 2.400 metros de extensão, contra 2.100 da paulistana. Sendo isso, há espaço de sobra, na área interna, para ampliar a casa de passageiros", comentou Teresa.

Tentamos falar com o secretário Paulo César Vilarinho, mas o mesmo encontrava-se viajando para a cidade de Grajaú, no interior do Maranhão, e não foi localizado.

O prefeito Elmano Férrer falou que não tinha conhecimento dessa decisão do secretário Paulo César. Ele disse que somente na segunda-feira vai se reunir com ele para decidir sobre o assunto.

Entenda o caso

A polêmica em torno do Aeroporto de Teresina começou logo após o prefeito Elmano Férrer assinar um decreto autorizando a desapropriação de 1.126 famílias. A justificativa apresentada pelo chefe do Executivo Municipal era que a Infraero exigia a saída das famílias de seus imóveis (todos irregulares) para que o Aeroporto pudesse ser ampliado.

Desde então, houve várias discussões, com a participação de integrantes da OAB-PI, da Câmara Municipal de Teresina, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa para discutir o assunto. O principal motivo é que as famílias não querem sair de suas casas.

Na época, a Infraero afirmou que a desapropriação era necessária e que, desde o início da construção do Aeroporto de Teresina, as famílias não deveriam ter ocupado as áreas próximas ao sítio aeroportuário. No entanto, a Prefeitura de Teresina não impediu a ocupação da região, onde densamente povoada.

Fonte: Robert Pedrosa

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