Incêndios na região de Picos cresceram 80%, dizem bombeiros

Incêndio atinge Monsenhor Hipólito. Três crianças inalaram fumaça em Picos e 3 casas foram queimadas em Fronteiras.

O Corpo de Bombeiros de Picos informa que o número de queimadas na região sul do Estado cresceu cerca de 80% em apenas um ano. A maioria dos casos ocorre na zona rural e é oriunda de fogo em plantações onde os agricultores acabam perdendo o controle e deixando que as chamas se espalhem. 

A comandante da unidade picoense do CBMP, tenente Ana Cleia Diniz Santos, descreve que o número de chamadas está muito grande na região. "Ano passado tivemos apenas dois casos um pouco mais graves: em Geminiano e Valença. Desta vez já ocorreu em Paquetá do Piauí, Sussuapara, Valença, Geminiano e Fronteiras. Acredito que tivemos um aumento de aproximadamente 80% no número de chamadas", contabiliza.

Registro de incêndio em 2011

Segundo as estatísticas dos bombeiros no mês de setembro de 2011 foram atendidas 86 ocorrências, destas, 25 eram registros de fogo no mato e 39 em terreno baldio em cidades da região. 

O caso mais recente aconteceu na cidade de Monsenhor Hipólito. "É o fogo em uma propriedade. Tudo indica que também começou porque colocaram fogo nas roças. Deslocamos a guarnição para lá porque há ameaça ao sítio, mas já há uma chamada para Conceição do Canindé - a 200 quilômetros de Picos", pontua a tenente.

Segundo Cleia Diniz, quem vai de Teresina a Picos vê por vários quilômetros os dois lados da estrada com vegetação queimada. "É muito complicado porque por mais que nós façamos campanhas educativas e palestras, o agricultor não tem noção do perigo de colocar fogo em roça. Muitas vezes ele deixa o fogo e, quando está fora de controle, ele vai embora", pontua. 

A comandante dos bombeiros de Picos diz ainda que neste B-R-O-bró três casas foram destruídas em Fronteiras e três crianças foram hospitalizadas por inalação de fumaça em Picos. 

Monsenhor Hipólito

Um incêndio de grandes proporções atinge a cidade de Monsenhor Hipólito há pelo menos três dias. O tempo e a vegetação secos facilitam a propagação das chamas que atingem uma área a aproximadamente quatro quilômetros do centro da cidade. 

Segundo o estudante Hermes Humberto, o incêndio atinge uma região na estrada que dá acesso à cidade de Campo Grande. "Desde sexta-feira há muita fumaça que não para", descreve. 

Uma guarnição do corpo de Bombeiros de Picos, cidade que fica a 60 quilômetros do local se deslocou ao local. 

Carlos Lustosa Filho