Pesquisadores brasileiros devem testar em seres humanos um tratamento
inédito com células-tronco. Portadores de distrofia muscular de Duchenne
vão receber, pela primeira vez no país, células-tronco retiradas de
outra pessoa. Até hoje, o Brasil só tratava com células-tronco do
próprio paciente.
Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz,
os primeiros testes com pacientes devem ocorrer no final de 2012. Os
voluntários para a pesquisa serão jovens com a doença que atinge
crianças do sexo masculino e causa a degeneração dos músculos. “Alguns
meninos perdem a capacidade de andar muito cedo”, disse.
Mayana Zatz é diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do
Instituto Nacional de Células-Tronco. É também uma das maiores
autoridades em pesquisas sobre o assunto no país. A pesquisadora foi
entrevistada do programa 3 a 1, na sede da TV Brasil, na última
quinta-feira (17), .
Ela disse, durante o programa, que o Brasil tem centros de pesquisa
desenvolvendo estudos de ponta sobre células-tronco. No caso do
tratamento dos pacientes com distrofia de muscular de Duchenne, serão
usadas células-tronco extraídas da gordura.
Segundo Mayana Zatz explicou que células-tronco de doadores saudáveis
serão tratadas e implantadas nos músculos dos pacientes doentes. As
células, por suas características biológicas, se transformarão em tecido
muscular e regenerar músculos comprometidos pela doença. “As células
retiradas em uma lipoaspiração poderão gerar músculo”, declarou.
A pesquisadora declarou que esse procedimento já foi testado em ratos e
cães. Segundo ela, os animais foram observados por até três anos e não
apresentaram nenhum efeito colateral. “Até agora, tivemos resultados
muito interessantes”, disse. “Nada de tumores”, completou.
A possibilidade do desenvolvimento de tumores em pacientes que passam
por tratamento com células-tronco é justamente a maior preocupação dos
pesquisadores. Na Alemanha, uma criança que passou por esse tipo de
tratamento teve esse efeito colateral.
Por causa do risco, Mayana Zatz disse que é preciso ter muita cautela
antes de qualquer teste em humanos. Ela acredita, porém, que a técnica
desenvolvida no Brasil está pronta para entrar nessa fase. Para que isso
aconteça, o projeto de pesquisa sobre o tratamento para distrofia
muscular terá de passar pela avaliação de um comitê de ética de
pesquisadores. Para a pesquisadora, a aprovação pode demorar um tempo,
porém dará mais segurança para o prosseguimento da pesquisa.
Fonte: Com Informações da Agência Brasil
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