O ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira
morreu às 4h30 da madrugada deste domingo, em consequência a um choque
séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e
era pai de seis filhos. Sócrates estava internado deste quinta-feira à
noite, depois de ter se sentido mal durante o jantar.
O quadro clínico dele chegou a apresentar leve melhora neste sábado,
graças a um antibiótico mais potente, que fez regredir o quadro de
infecção intestinal. Mas os médicos já vinham alertando que o caso dele
era grave – Sócrates estava sedado na UTI, respirando por aparelhos e
passando por tratamento dialítico, que consiste na remoção do excesso de
líquidos e substâncias prejudiciais acumuladas no organismo do paciente
renal crônico.
A expectativa era que ele permanecesse em observação por pelo menos 72
horas. O ex-jogador foi internado na noite de quinta-feira com uma
infecção intestinal causada por uma bactéria. Ele começou a se sentir
mal depois de comer estrogonofe no jantar. Não foi confirmado pelos
médicos, porém, que tenha sido essa a causa da internação. Esta tinha
sido a terceira internação de Sócrates nos últimos quatro meses. As duas
internações anteriores foram para tratar de uma hemorragia digestiva,
causada pelo consumo prolongado de álcool.
A última internação havia sido em setembro. Foram 17 dias no hospital.
Com o fígado comprometido, a expectativa na época era de que ele
precisaria se reabilitar em casa, seguindo uma dieta rigorosa, para
entrar na fila por um transplante. Para isso, porém, era preciso que seu
quadro clínico ficasse estável por alguns meses. A primeira vez que ele
foi hospitalizado ocorreu no dia 19 de agosto, quando sofreu uma
hemorragia digestiva alta. Na ocasião, ele recebeu alta após nove
dias. Sócrates começou a carreira de jogador no Botafogo, de Ribeirão
Preto, foi contratado pelo Corinthians no fim da década de 70 e vendido
para Fiorentina, da Itália, nos anos 80. Também jogou no Flamengo e no
Santos e pela Seleção Brasileira.
QUEM ERA O 'DOUTOR SÓCRATES'
Paraense de Belém, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, morto neste domingo, aos 57 anos (19/2/1954 – 4/12/2011), começou no Botafogo de Ribeirão Preto e ainda era acadêmico de medicina quando passou a atuar pelo time principal do clube, em 1974. As atribuições como médico o impediam de se dedicar integralmente ao futebol, o que colaborou para tornar sua carreira singular. O jovem alto e esguio logo se destacou com seu jogo refinado e inteligente, repleto de toques de calcanhar, passes e lançamentos precisos. Já em seu primeiro Campeonato Paulista, Sócrates encantou o público, em especial os torcedores do Tricolor de Ribeirão, onde iniciou uma dupla infernal com o centroavante Geraldão, que seria o goleador da competição com 23 gols (dez a menos que todo o restante da equipe). Contrastando com o estilo rompedor do companheiro, Sócrates era o lado cerebral da parceria, com assistências perfeitas, além de contribuir com gols decisivos para a boa campanha (sexto lugar no geral). A qualidade de goleador se fez presente de forma mais evidente durante o Paulista de 1976, quando fechou a competição como artilheiro, com 15 tentos assinalados.
Paraense de Belém, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, morto neste domingo, aos 57 anos (19/2/1954 – 4/12/2011), começou no Botafogo de Ribeirão Preto e ainda era acadêmico de medicina quando passou a atuar pelo time principal do clube, em 1974. As atribuições como médico o impediam de se dedicar integralmente ao futebol, o que colaborou para tornar sua carreira singular. O jovem alto e esguio logo se destacou com seu jogo refinado e inteligente, repleto de toques de calcanhar, passes e lançamentos precisos. Já em seu primeiro Campeonato Paulista, Sócrates encantou o público, em especial os torcedores do Tricolor de Ribeirão, onde iniciou uma dupla infernal com o centroavante Geraldão, que seria o goleador da competição com 23 gols (dez a menos que todo o restante da equipe). Contrastando com o estilo rompedor do companheiro, Sócrates era o lado cerebral da parceria, com assistências perfeitas, além de contribuir com gols decisivos para a boa campanha (sexto lugar no geral). A qualidade de goleador se fez presente de forma mais evidente durante o Paulista de 1976, quando fechou a competição como artilheiro, com 15 tentos assinalados.
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| Sócrates era médico e ídolo no Corinthians: ele ganhou apelido de 'Doutor'' |
Mas foi a temporada de 1977 o divisor de águas na carreira de Sócrates,
então doutor aos 23 anos. Com uma campanha histórica, o Botafogo
conquistou o primeiro turno do Campeonato Paulista (na decisão, segurou
um empate por 0 a 0 com o São Paulo, inclusive na prorrogação, no
Morumbi) e se tornou a grande surpresa do futebol brasileiro na época.
Com oito gols, o Magrão foi o artilheiro do time que era composto por
veteranos como o goleiro Aguilera (ex-seleção paraguaia nas
Eliminatórias para 1970), o zagueiro Manuel, o volante Lorico (ex-Vasco e
Portuguesa) e jovens talentosos como o meia Osmarzinho, o
ponta-esquerda João Carlos Motoca e o ponta-direita Zé Mário, este
pré-convocado para a Copa de 1978. Porém, o jogador faleceu meses antes,
vítima de leucemia, doença esta diagnosticada em um exame de rotina da
Seleção. Após a disputa do Brasileiro com o Botinha, Sócrates foi
contratado pelo Corinthians, onde se tornou referência e ídolo da Fiel.
No time do Parque São Jorge, reencontrou Geraldão, e a dupla voltou a
fazer sucesso, agora na conquista do Paulista de 1979. O grande momento
do Doutor no Timão, entretanto, foi na chamada Democracia Corintiana,
política adotada pelo diretor de futebol Adilson Monteiro Alves, que
dava liberdade aos atletas nas decisões referentes ao departamento de
futebol.
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| Ele já passou por Flamengo, Santos e fez sucesso com Zico na Seleção |
Sob a regência de Sócrates, o Corinthians (que contava também com nomes
como o lateral-esquerdo Wladimir, o volante Biro-Biro, o meia Zenon e o
centroavante Casagrande, entre outros) faturou o bicampeonato estadual e
se tornou uma das equipes mais fortes do país. Além dos três títulos
estaduais e das inúmeras jogadas geniais, Sócrates escreveu seu nome na
trajetória alvinegra ao marcar 172 gols e se tornar o oitavo maior
goleador da história do clube do Parque São Jorge. Sócrates não lutou
por democracia só no Corinthians. Ele teve papel de destaque na campanha
por Diretas Já no Brasil, no início da década de 80. Tinha ideais
socialistas e era admirador do regime cubano – o mais novo de seus
filhos recebeu o nome de Fidel, em homenagem ao líder Fidel Castro E não
foram somente suas exibições no Corinthians que chamavam a atenção.
Estreando na Seleção Brasileira em 1979 (6 x 0 Paraguai, no Maracanã),
sob o comando de Telê Santana, o jogador brilhou ao lado de Zico,
Falcão, Júnior, Leandro, Éder e Cerezo naquele que, para muitos, foi um
dos melhores selecionados nacionais em todos os tempos, porém duramente
castigado com a eliminação para a Itália na Copa de 82. Com a camisa
amarela, cumpriu um total de 63 compromissos e marcou 24 vezes, entre
1979 e 1986, ano em que disputou seu segundo Mundial.
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| Uma carreira de títulos, sucessos e polêmicas: este era o 'Doutor Sócrates' |
Com a abertura do mercado italiano no início dos anos 80 (até então bem
restrito para jogadores estrangeiros), clubes tradicionais do país
europeu passaram a buscar astros do futebol brasileiro e, após as idas
de Falcão (Roma, em 1980), Zico (Udinese, 1983), Toninho Cerezo (Roma,
1983) e Júnior (Torino, 1984), chegou a vez de Sócrates desfilar seu
talento no cálcio. Em 1984, foi contratado pela Fiorentina, que tinha
como ídolo Daniel Passarella, astro e capitão da seleção argentina
campeão do mundo em 1978. O estilo de jogo cadenciado do Doutor, porém,
foi motivo de críticas por parte do companheiro, o que, de certa forma,
ajudou a abreviar a passagem do atacante pelo futebol italiano. Depois
de um ano e meio sob as cores do clube de Florença, Sócrates retorna ao
Brasil aos 32 anos para defender o Flamengo e, mais uma vez, formar
parceira com Zico. Com o condicionamento físico já aquém do esperado e
seguidas contusões, Magrão não teve destaque no Rubro-Negro, atuando
somente 20 vezes e marcando cinco gols. No entanto, participou da
conquista do Campeonato Carioca de 1986. A ideia era de encerrar a
carreira após a passagem pela Gávea, e o jogador se afastou dos
gramados. Porém, um convite do Santos fez com que retornasse à ativa em
1988, um ano depois. Estreou pelo Peixe fazendo gol em um amistoso
contra o Cerro do Uruguai (4 a 2, na Vila), mas, pouco tempo depois,
decidiu se aposentar de vez, finalizando simbolicamente sua brilhante
trajetória desportiva no querido Botinha, onde tudo começou.
Fonte: G1




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