O Ministério Público do Piauí deve ouvir nesta semana um taxista que
pode ter sido testemunha dos últimos momentos de vida da estudante
Fernanda Lages Veras, 19, que foi encontrada morta no dia 25 de agosto
no prédio da nova sede do Ministério Público Federal , em Teresina.
Segundo a Promotoria, o taxista afirmou ao motorista de um dos
procuradores de Justiça do estado ter visto uma mulher, com as
características da estudante, ser espancada por dois homens quando
levava um passageiro no aeroporto, na noite da morte de Fernanda. O
motorista contou o relato ao procurador, que procurou os promotores
responsáveis pelas investigações do caso.
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Imagem: Divulgação/TvCanal13 |
“É um dado novo. Nós ainda não ouvimos esse taxista. Surgem muitas
histórias, algumas têm uma certa consistência, outras não. A gente tem
que ter o cuidado de ir checando”, afirma o promotor Ubiracy Rocha. “O
procurador pediu para seu funcionário ligar para o taxista, que disse
que, caso fosse chamado a depor, confirmaria tudo. Então vamos ouvi-lo
no decorrer desta semana.”
Segundo o promotor, o trajeto do taxista e o local onde ele teria
presenciado as agressões, próximo à ponte estaiada de Teresina, condizem
com o trajeto que a estudante teria percorrido, sozinha ou levada por
alguém. “Ele diz ter visto uma mulher ser espancada e colocada em um
porta-malas”, diz o promotor.
Já sobre o depoimento de um vigia da obra que teria visto Fernanda
dentro do próprio carro em frente à obra do MPF durante a noite, o
promotor afirma que ele pode ter visto um dos suspeitos, em vez da
estudante. “Além disso, o carro foi tocado por muita gente. Toda a cena
do crime não teve a preservação necessária para a perícia, sequer foi
isolada.”
Inquérito encerrado
A Polícia Civil concluiu os trabalhos de investigação sem apontar
culpados e sem concluir que tipo de crime ocorreu no caso. No dia 26 de
agosto, a peça foi encaminhada do Ministério Público, que agora conduz
as investigações. A Procuradoria aguarda que o Ministério da Justiça
decida se a Polícia Federal auxiliará nos trabalhos. “Passados 70 dias
do crime, fica muito mais difícil investigar”, diz Rocha.
Quatro operários da obra onde a estudante foi encontrada chegaram a ser
presos, mas tiveram as prisões relaxadas 48 horas depois. Exames de DNA
encontrado no local do crime deram resultado negativo para todos os
submetidos, e a polícia concluiu apenas que a estudante foi vítima de
“morte violenta”.
Questionado se, diante do inquérito inconclusivo e da ausência de nomes
de possíveis suspeitos, há a possibilidade de que o crime jamais seja
solucionado, o promotor diz: “É possível. Se a história do taxista não
se confirmar, aí só realmente se aparecerem testemunhas consistentes que
possam se contrapor ao trabalho que foi realizado pela perícia, que não
chegou à conclusão nenhuma”.
Fonte: G1
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