quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Coronel Júlia faz pacto com estudantes para que manifestações ocorram sem confrontos

Estudantes planejam novas manifestações contra o aumento da passagem para os próximos dias

Coronel Júlia conversa com manifestantes
Os estudandes que participaram da manifestação contra o aumento da passagem de ônibus na capital disseram que os policiais militares da tropa de choque da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) chegaram a empurrar os demais PMs, que acompanhavam o movimento desde a manhã desta terça-feira.

Após a confusão, alguns dos manifestantes relataram à coronel Júlia Beatriz os supostos atos de arbitrariedade cometidos por alguns policiais.

Deolindo Moura, presidente da LVJ (Legião das Vanguardas de Jovens), afirmou que os policiais da Rone tiveram uma postura intolerante ao atirar balas de borracha sem antes tentar qualquer conversa com os estudantes. "Nós estávamos parando alguns carros na Avenida Frei Serafim, que, por sinal, é um local público, quando os policiais da Rone chegaram. Os outros policiais militares que nos acompanhavam tentaram conversar com a tropa de choque, mas um deles (da Rone) disse que as ordens eram para dispersar os manifestantes. Eles sequer esperaram nossa reação, foram logo atirando a queima-roupa, a poucos metros de distância", disse Deolindo. Ele e outros líderes do movimento compareceram à Central de Flagrantes acompanhados pela coronel Júlia Beatriz, que é coornenadora de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar.

Deolindo Moura, presidente da Legião das Vanguardas de Jovens
Após a situação ser controlada, a coronel conversou com alguns policiais militares, pediu calma e assegurou aos estudantes que fará o possível para que não ocorram novos confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes. "O diálogo é o melhor caminho. Vamos manter a cabeça fria. No que depender da PM, tudo transcorrerá dentro da normalidade. Claro que iremos reprimir os excessos, como a depredação e a delinquência", ponderou a coronel, que disse ter sido informada sobre a manifestação apenas depois que o confronto entre policiais e estudantes já tinha ocorrido.

Deolindo e Alexandre Alves, que é presidente da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Teresina), afirmaram que há também o interesse da parte dos manifestantes em realizar protestos pacíficos, sem vandalismo e evitando o embate com a polícia. Eles, contudo, asseguram que o comportamento agressivo partiu de alguns policiais da Rone, e não dos estudantes.

Estudantes mostram bala de borracha disparada pela tropa de choque da PM-PI
Alexandre Alves disse, ainda, que as manifestações prosseguirão até o mês de fevereiro, quando o ano letivo iniciará nas escolas e faculdades, o que deve potencializar a adesão ao movimento.

Deolindo afirma que a Prefeitura de Teresina e os empresários do setor de transporte público optaram por instituir a tarifa de R$ 2,10 justamente no mês de janeiro por ser um período em que muitas pessoas estão viajando e, consequentemente, as manifestações tendem a ser mais modestas.

Fotos e reportagem de Cícero Portela

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