A pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012 deverá ser marcada por
julgamentos que deverão levar o Judiciário ainda mais para o centro do
noticiário. Com a composição completa, desde dezembro do ano passado,
os 11 ministros do STF deverão enfrentar uma série de temas polêmicos.
Passado o recesso, os trabalhos no tribunal serão retomados em
fevereiro.
Em um ano de eleições municipais, a Corte deve realizar o que pode vir a
ser o maior julgamento da história da Corte, o do chamado escândalo do
mensalão. Também deverá analisar a questão dos limites ao poder do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar e punir magistrados,
além da aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Na área social, poderão entrar na pauta cotas raciais como critério de seleção para universidades públicas., interrupção da gravidez de fetos anencéfalos e a venda de bebidas alcoólicas à beira das rodovias federais.
Mensalão
Trinta e oito pessoas são acusadas de envolvimento no suposto esquema de compra de apoio político de parlamentares. Entre os réus estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, um dos fundadores do PT, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o atual presidente da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP).
Trinta e oito pessoas são acusadas de envolvimento no suposto esquema de compra de apoio político de parlamentares. Entre os réus estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, um dos fundadores do PT, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o atual presidente da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP).
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, concluiu o
relatório e, em fevereiro, os autos devem começar a ser examinados pelo
ministro revisor, Ricardo Lewandowski. Só depois de finalizado o
trabalho de revisão, o caso poderá ser levado a plenário, uma decisão
que é tomada pelo presidente da Corte.
Considerado o mais complexo caso já analisado pelo Supremo, a ação
penal do mensalão deve levar de três a quatro semanas para ser julgada,
na avaliação de ministros.
De acordo com o regimento interno da Corte, o advogado de cada um dos
38 réus terá uma hora para apresentar sua defesa no plenário. O texto
também prevê uma hora para o procurador-geral da República, autor da
denúncia.
Como aconteceu no julgamento de 2007, quando o STF aceitou a denúncia
contra os acusados, é possível que o tempo da acusação seja estendido,
considerando a quantidade de réus.
CNJ
Já no início do semestre, em fevereiro, a mais alta Corte brasileira deve encarar a análise de duas decisões liminares (provisórias) concedidas em dezembro do ano passado, e que tratam dos limites aos poderes do Conselho Nacional da Justiça de investigação e punição de magistrados.
Já no início do semestre, em fevereiro, a mais alta Corte brasileira deve encarar a análise de duas decisões liminares (provisórias) concedidas em dezembro do ano passado, e que tratam dos limites aos poderes do Conselho Nacional da Justiça de investigação e punição de magistrados.
Ficha limpa
Depois de sucessivos episódios de empate, a Corte deve se debruçar sobre três ações que tratam da aplicação da Lei da Ficha Limpa. Os processos foram apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PPS e pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL).
Depois de sucessivos episódios de empate, a Corte deve se debruçar sobre três ações que tratam da aplicação da Lei da Ficha Limpa. Os processos foram apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PPS e pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL).
O julgamento sobre a aplicação da lei, que impede a candidatura de
políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas ou que
renunciaram a cargo eletivo para evitar processo de cassação, foi
suspenso por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.
Até a interrupção, dois ministros (Joaquim Barbosa e Luiz Fux) tinham votado, ambos pela constitucionalidade da ficha limpa. A proximidade das
eleições municipais de outubro é um dos principais pontos de pressão
para que o julgamento seja retomado e concluído ainda no primeiro
semestre de 2012.
Pauta social
Os ministros do STF devem enfrentar em 2012 também uma pauta que pode ser considerada de caráter mais social do que político.
Os ministros do STF devem enfrentar em 2012 também uma pauta que pode ser considerada de caráter mais social do que político.
É o caso do julgamento da ação ajuizada em 2004 pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que defende a
descriminalização da interrupção da gravidez de fetos anencéfalos.
O processo foi liberado para julgamento em março de 2011 pelo
ministro Marco Aurélio, relator do caso. Diante da controvérsia, em
2008, foram feitas audiências públicas com representantes do governo,
cientistas, religiosos e entidades da sociedade civil para debater o
assunto.
Outro caso que também está pronto para julgamento desde maio do ano
passado trata das cotas raciais como critério de seleção para
universidades públicas.
São duas ações de relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. Uma delas,
ajuizada pelo DEM, contesta a reserva de 20% das vagas previstas no
vestibular para preenchimento a partir de critérios étnico-raciais. A
outra é um recurso de um estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que se sentiu lesado pelo sistema de ingresso.
Também pode entrar na pauta de julgamentos do STF a ação em que a
Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento
(Abrasel) questiona parte da Lei Seca. A norma proíbe a venda de bebidas
alcoólicas à beira das rodovias federais ou em terrenos próximos à
faixa de domínio com acesso direto à rodovia.
O comércio que descumpre a lei está sujeito a multa de R$ 1,5 mil,
que pode ser dobrada em caso de reincidência. A regra não vale para
áreas urbanas. O relator do caso, ministro Luiz Fux, convocou audiência
pública para o primeiro semestre de 2012.
Fux quer fazer uma abordagem técnica do assunto e discutir os efeitos
da bebida alcoólica na condução de veículos, no aumento do número de
acidentes em rodovias, qual seria o impacto da venda de bebidas
alcoólicas nas proximidades de rodovias e quais seriam os benefícios
concretos da lei para a população.
Troca de comando
Diante de temas complexos para serem analisados, o STF viverá em 2012 um ano atípico do ponto de vista das trocas de presidente do tribunal. A Corte deverá ter três presidentes, ao longo deste ano.
Diante de temas complexos para serem analisados, o STF viverá em 2012 um ano atípico do ponto de vista das trocas de presidente do tribunal. A Corte deverá ter três presidentes, ao longo deste ano.
O atual presidente, ministro Cezar Peluso, fica no cargo até abril,
quando assume o ministro Ayres Britto. Perto de completar 70 anos -
idade em que, por lei, os integrantes da Corte devem se aposentar
compulsoriamente -, Britto deverá sair em setembro.
A sucessão da presidência do Supremo é determinada pelo critério de
antiguidade do ministro. Pelo critério adotado, o seguinte a comandar o
tribunal é o ministro Joaquim Barbosa, relator do mensalão.
Fonte: G1
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