A forma de adesão, integral ou parcial, ainda depende de outra reunião
A Universidade Estadual do Piauí extinguiu o vestibular e passa a
aderir ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) já neste ano. A decisão
foi tomada na manhã desta quarta-feira (29) em reunião do Conselho
Universitário da instituição. A forma de adesão, integral ou parcial,
ainda depende de outra reunião a ser realizada, provavelmente, na
quarta-feira da próxima semana. O grande impasse é abordagem dos
conteúdos regionais.
A reitoria da Universidade defende a proposta de adesão integral. No
entanto setores que representam alunos e professores divergem da
proposta. A Uespi é a instituição com a maior quantidade de cursos no
interior do estado. Segundo o o reitor Carlos Alberto, em coletiva
concedida ontem (28), a Uespi ganhará R$ 3 milhões, oriundos do
Ministério da Educação, para cada mil vagas ofertadas no Sisu (Sistema
de Seleção Unificada). Desta forma, deixaria de ter gastos para a
realização do vestibular e ainda teria recursos para investir em sua
própria manutenção.
Já o corpo docente e discente da Uespi, questiona o posicionamento da
reitoria. Primeiro, por não democratizar o acesso à universidade e
dificultá-lo para os alunos oriundos de escolas públicas. Depois, por
desprezar conteúdos regionais, sempre cobrados nas provas e importante
para a formação cultural dos estudantes piauienses. O professor Daniel
Solon, integrante do Conselho Universitário e dirigente do Andes
(Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior) ainda denuncia que
a decisão é cabível de anulação, via judicial, por não atender um
caráter técnico: a existência de um projeto físico para análise, o que
acaba por gerar mais uma ilegalidade, a negativa aos conselheiros de
darem vista ao processo. Segundo Daniel Solon, a decisão de ingressar ou
não, contra os atos da reitoria na reunião do conselho, depende de
assembléia dos docentes que será realizada no dia 15 de março.
Para Alex Romero, professor de literatura de cursos
pré-vestibulares, o Enem apresenta uma evolução para quadro educacional
brasileiro. Romero, considera que o estilo de prova abordado no Exame é
um diferencial, pois é mais interpretativa e exige um nível de
conhecimento maior do alunado, além de possibilitar que com o pagamento
de uma única taxa de inscrição o aluno possa concorrer à vagas em
diferente universidades. A não abordagem de conteúdos regionais é um
ponto negativo do processo ressaltado pelo professor.
O Enem é uma nova forma de ingresso às universidades brasileiras. A
proposta do exame é democratizar as oportunidades de acesso ao ensino
superior. Cabe à própria instituição decidir a forma de adesão, se será
integral ou parcial, existindo concomitantemente ao vestibular local,
com pontuação cumulativa ou divisão na oferta de vagas entre os
certames. Atualmente, a Universidade Federal e o Instituto Federal do
Piauí realizam seus vestibulares através do Sisu, que utiliza as notas
do Enem como forma de seleção.
Fonte: O Dia
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