Paciência: Jó exemplo de sofrimento e recompensa |
No
mundo infame de hoje, falar em ter paciência ou em ser paciente é assunto fora
do comum. Todo mundo vive refém da velocidade atroz do relógio e ninguém pode
perder tempo. Perder tempo, ser paciente e sofrer são coisa de louco! É gente
nova querendo estar adiantado na vida e há quem esteja adiantado, mas gostaria
de parar o tempo para ser criança outra vez.
É
preciso ter paciência com os filhos, com os vizinhos, com os colegas de
faculdade, enfim, com todos os que giram à nossa volta. Quem lê a Bíblia se
depara com o apóstolo Tiago ao discursar sobre a paciência. Ele começa o texto,
falando da bem-aventurança dos que suportaram as aflições e menciona o exemplo
de Jó. (Tg 5.7-12)
Da
história de Jó, muitos conhecem um pouco. Ele teve a vida recheada de dor e
aflições, porém o ponto principal dela não é tanto a reconstrução de sua vida, mas sim, a ação de Deus. A
história gira em torno de Jó, todavia Deus é o sujeito dominante das ações. Quem
já sabe da história de Jó, tem certeza de que Deus tinha o controle de tudo,
inclusive das investidas contrárias do reino espiritual (Jó 2.6). É bom lembrar
que depois de todos os argumentos humanos culminante em um impasse, Deus toma o
controle, no tempo devido, e Ele mesmo decide como as coisas devem acontecer.
Infelizmente
hoje em dia somos filhos uma civilização movida pelo imediatismo, alimentado
pela ânsia do consumismo e da tecnologia. Entretanto, ao buscar a sabedoria de
Davi no Livro de Salmos, encontramos um recado do Pai: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl. 46: 10). Pensemos então
em Deus, pois como disse o apóstolo Tiago "Ele é misericordioso e
piedoso." Tudo acontece no tempo dele.
Enquanto
esperamos as providências de Deus, até podemos passar pelo “vale da sombra da morte”, porém “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”
(Sl 23:4;1). Através da história de Jó, atestamos que o sofrimento é algo
presente na vida de todos. E para driblá-lo, necessitamos ser pacientes. Mas o
que parece ser ruim hoje, amanhã poderá ser providencial. Eis o que se pode ler
em Sl 30.5: “O choro pode durar a noite
toda, mas a alegria vem ao amanhecer”. De repente, motivados pela
paciência, o sofrimento por que passamos pode, muitas vezes, trazer benefícios
e crescimento interior.
O
fundamental não é o sofrimento para depurar a nossa alma muito menos a ausência
dele, mas o fundamental é a presença de Deus no comando da
situação. Davi enfrentou vários algozes. O Rei Saul, ungido de
Deus, viu nas proezas alcançadas por Davi uma ameaça ao seu reino. Por essa
causa, perseguia o súdito, com perseguição de morte. Mas Davi estava tranquilo
e paciente. Num de seus textos, esbanjou confiança, quando disse “Certamente
que a bondade e a misericórdia do Senhor me seguirão todos os dias”, Sl
23.6.
Em
tempo, Deus não faz o mal, mas permite acontecer em nossas vidas. Essa
permissão colabora para que, consequentemente, Ele nos faça o bem e aprendamos
a ter paciência. Depois dos infortúnios, Ele recupera, Ele restaura, Ele
restitui. Jó é exemplo da providência divina, resultante da paciência, afinal “Mudou o Senhor a sorte de Jó, e deu-lhe o
dobro de tudo
que tinha antes”. (Jó 42.10). É preciso dizer que o sofrimento não assusta um
cristão fiel ao Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo experimentou o sofrimento, "Era
desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores...” (Isaías 53.3).
Enfim,
Deus é cheio de misericórdia e compaixão a ponto de por limites à carga que se
abate sobre nós. Ele não nos permite carga superior do que podemos suportar. É
preciso "perseverança"
ou "resistência". É perseverar em meio a todas as provações, sem
perder a fé em Deus. Essa paciência brota de uma fé que triunfa até o fim entre
sofrimentos (Jó 13.15).
O
fim das provações que o Senhor enviou a Jó revela que, em todas as suas
aflições, Deus cuidava dele e o sustentava na sua misericórdia (Jó 19.25-26).
Tiago faz-nos saber que Deus tem cuidado de todo o seu povo e que, mesmo em
meio a sofrimentos, Ele o susterá com amor e misericórdia. A lição que fica do sofrimento do
cristão é a de que Deus recompensa àquele que permanece fiel nas provações e
não se deixa abater pela impaciência. Não ficamos abandonados, e além disso,
somos recompensados.
Por Kiko Fontenelle
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